A importância histórica, cultural e turística de sítios arqueológicos foi debatida na abertura do workshop “Conexão Geoglifos na Amazônia: explore o mistério, conheça a história”, na manhã desta sexta-feira, 25, na filmoteca da Biblioteca Pública Estadual, em Rio Branco. A programação continua no período da tarde com a participação de acadêmicos da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do público em geral.
O evento é organizado pela Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete) e ocorre com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Ufac e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Inovação de Rio Branco (SDTI).
As discussões ganham tonalidade com a exibição do primeiro episódio da segunda temporada da série Revelações Pré-Históricas, “Ancient Apocalypse” (título original), da Netflix, que apresenta o ator Keanu Reeves e o estudioso Graham Hancock discutindo a relevância dessas figuras geométricas na revelação da história dos povos da Amazônia.
O fotojornalista Diego Gurgel que contribuiu com fotografias nas pesquisas sobre os geoglifos e teve imagens creditadas no episódio da série, também participou do evento. Ele lembrou do convite do professor Alceu Ranzi e Denise Schaan para participar das pesquisas e fotografar os sítios arqueológicos encontrados no Acre:
“A gente tem um potencial enorme, inclusive, estou escrevendo um livro para falar sobre as vantagens de ser um profissional de comunicação, de imagem, aqui na Amazônia […] Mas esse potencial serve para todas as áreas, porque somos daqui e temos propriedade para guiar o turista aqui”.
Palestrantes das instituições envolvidas também dialogaram sobre os sítios arqueológicos e a experiência em roteiros turísticos, preservação ambiental e a arqueologia dos geoglifos.
Adalgisa Bandeira, mestra em Turismo e Cultura e servidora da Sete, discursou sobre a importância de unir as instituições públicas, privadas e comunidades locais para fomentar a importância dos sítios arqueológicos.
Com possibilidade de transformar os geoglifos em patrimônio da humanidade, a arqueóloga do Iphan, Antonia Damasceno, explicou o que é necessário fazer para que isso aconteça: “Nós temos que nos apropriar disso tudo. Estamos com a possibilidade de transformar os geoglifos em patrimônio da humanidade e nós temos potencial para isso. Mas precisamos fazer a nossa tarefa de casa e conscientizar as pessoas sobre a importância dos sítios”, destacou.
Fernando Maia, analista ambiental do ICMBio, ressaltou que há poucos meses foram encontradas novas evidências de sítios arqueológicos dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes. Para ele, a Trilha Chico Mendes, que tem um percurso de 106 km dentro da Reserva, pode atrair mais turistas para visitar os geoglifos localizados na trilha, além de beneficiar as comunidades locais.
A doutoranda em arqueologia e servidora da SDTI, Raquel Frota, destacou as ações da Prefeitura de Rio Branco para o fomento do turismo em sítios arqueológicos da capital acreana, como o sítio Jacó Sá. A criação de um mirante e acervo digital também foram mencionados pela estudiosa.
“Estamos muito felizes de realizar esse evento com os nossos parceiros. Entendemos que os sítios arqueológicos são grandes potenciais que temos e que estão em ascensão no mundo. Os olhos do mundo estão voltados para cá, para os geoglifos da Amazônia, principalmente na área científica. O papel que nós, da Sete, queremos proporcionar é justamente o olhar turístico e construir políticas públicas pensando nos atrativos que temos aqui”, destacou o chefe do Departamento de Turismo da Sete, Jackson Viana.
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